29 abril 2008

Alimentos X Energia

Por Luis Nassaf

Um bom levantamento da folha sobre o conflito “Alimentos x Energia”, com entrevistas com especialistas internacionais e nacionais. Clique aqui

Chamo a atenção para alguns pontos da entrevista:

1. Ele acredita na maior eficiência da agroenergia brasileira, que ele chama de segunda geração.

2. Ora, a vitória da agricultura brasileira é a vitória da agricultura tropical. Fica óbvio que para quem pensa o mundo sem viés geopolítico (que é como Parmentier se apresenta), a saída natural seria estimular essa agricultura tropical, que ajudaria a aplacar a fome do mundo e a tirar as regiões da miséria.

3. Em vez disso, ele passa a defender o fechamento agrícola dos países, voltando aos tempos do pós-guerra. Como assim? Seu argumento é que o Brasil é eficiente mas não conseguiu resolver a fome do seu povo. Ora, o problema nosso é de renda, não de produção.

4. Ao se colocar contra os “comerciantes” da OMC, no fundo ele se coloca a favor do fechamento dos mercados, da volta da auto-suficiência alimentar, em um momento em que a agricultura tropical pode dar o salto.

A química na agricultura

O esgotamento dos recursos naturais faz com que a revolução agrícola dos anos 1960, que usa muita terra, água e energia, não possa ser levada adiante num período de escassez. A química já deu à agricultura tudo o que podia no século 20, com os fertilizantes, os fungicidas, os inseticidas e os herbicidas. Hoje ela custa muito caro em termos de energia e acabou poluindo o solo e as águas. Em matéria agrícola, o século da química está chegando ao fim e é preciso deslanchar o da biologia.

O aumento de consumo

A elevação acelerada do nível de vida em países asiáticos industrializados provocou um enriquecimento dos hábitos alimentares, com a passagem para uma alimentação à base de produtos animais -carne na China e derivados do leite na Índia. (...) .

Ele afeta a agricultura duplamente: por um lado porque a revolução tecnológica precedente era altamente consumidora de energia. Em segundo, porque se passou a exigir da agricultura que ela preencha os pratos e os tanques dos automóveis.

O FMI e a cultura de alimentos

Destruímos sistematicamente todos os programas de apoio à agricultura produtora de alimentos em todo o mundo. O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional chegaram a impor esse desengajamento como condição para a concessão de sua ajuda aos países endividados, incentivando-os apenas a produzir culturas industriais que lhes permitiriam obter nos mercados internacionais divisas para saldarem suas dívidas.

O tamanho da crise

O Banco Mundial admitiu que se engana há 20 anos e que precisa fazer uma revisão completa de suas políticas para, a partir de agora, privilegiar o desenvolvimento da pequena agricultura alimentar. Isso pode produzir resultados, mas apenas dentro de vários anos -pelo menos entre cinco e dez.

Os biocombustíveis

Para mim, até hoje o único impacto real e comprovado é o dos biocombustíveis norte-americanos à base de milho, que desde o início de 2007 provocaram um verdadeiro choque no México, quando o preço da tortilha teve um aumento de 50%.

Mas, se continuarmos com essa política insensata de queimar cereais ou oleaginosos em nossos motores, esse erro inicial dos agrocombustíveis de primeira geração vai de fato converter-se em crime.

O álcool brasileiro

Existe uma diferença essencial: no Brasil vocês já estão de certo modo nos biocombustíveis de segunda geração, ou seja, feitos a partir da planta inteira, a biomassa -logo, não a partir do grão. Me parece que vocês estão indicando o caminho a seguir, e, é claro, sua produtividade é bem melhor que a nossa. Em contrapartida, observo que o Brasil, grande país agrícola, fortemente exportador, não consegue alimentar corretamente sua própria população.

O acordo de Doha

O fato de a responsabilidade pela agricultura e a alimentação mundial ter sido tirada da FAO (Organização da ONU para Alimentação e Agricultura) para ser confiada a uma assembléia de comerciantes, a OMC, é um erro histórico. Esta crise nos permite ver muito bem que os comerciantes são totalmente incapazes de resolver o problema da fome no mundo. Acreditar que comerciantes vão levar a povoados no fim do mundo produtos agrícolas que pesam muito, que apodrecem facilmente, para dá-los a pessoas que não têm dinheiro, é uma fraude intelectual.

(...) É preciso reavaliar por completo a organização da agricultura mundial. Não há nada mais urgente que fechar as fronteiras, e organizar, nos países que têm fome, a mesma política que deu certo nos grandes países povoados que conseguiram se alimentar, como Estados Unidos, Europa e China: fechar as fronteiras para proteger sua agricultura e dar apoio maciço a seu desenvolvimento. Mas isso não deve preocupar o Brasil: ele ainda terá por muito tempo compradores para seus produtos, pois vamos viver um período prolongado de penúria.

Por Cida Medeiros

Para colaborar com a reflexão fundamental, o site Ipsnews traz inúmeras iniciativas pelo mundo para olhar a questão do alimento (agricultura) como interligada com esforços em várias esferas da vida. Traz também a publicação Agricultura & Developement, produzido pelo International Assessment of Agricultural Science and Technology for Development (IAASTD) com estudos na mesma direção. Clique aqui.

27 abril 2008

Eu tenho um sonho


Boa Tarde amigos e leitores.
É com muita satisfação que publico este post.
Minha intenção era postar este discurso em alguma data relacionada com Luther King, mas não tive como conter meus estímulos impulsivos, e postei hoje mesmo.
Pra mim é uma das grandes obras do século passado.
Continuo me emocionando muito quando o leio.
Dr. Martin Luther King é um dos mestres que eu admiro, por suas obras e principalmente por seu caráter.

Esta aqui o seu discurso escrito na integra.


EU TENHO UM SONHO
Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)


"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."


Eu tenho um sonho... (parte 1)

Eu tenho um sonho... (parte 2)

25 abril 2008

Manchete de Padre !

Bom dia amigos e leitores.
Vou atrever-me em postar algo que não está em meu "cotidiano"... estou sendo um tanto influenciado pelo "Mundo, Musíca e Arte" de Aline Gazola, evidentemente isso é cara de seu Blogger.
Mas vamos ao Post


Manchetes do Padre:

The New York Times: Padre sobe, bolsas caem;

O Globo: Caos aéreo: Piloto confirma "quase colisão" com o padre;

Diário de Bogotá: Padre desaparecido pode estar em poder das FARC;

Gazeta de Madrid: Zapatero avisa: Se padre entrar na Espanha, será deportado;

Diário de La Paz : Evo Morales recebe padre e pede reajuste para encher os balões de gás;

Corrieri de la cera: Vaticano apóia balão, mas condena camisinha;

Washington Post: Hillary vs. Obama: Padre irá desempatar a disputa;

Beijing News: Governo Chinês confisca as imagens da queda do balão do padre no Tibet e afirma que não houve violência;

Beijing News (edição extra): Governo chinês diz que padre já está treinando para a cerimônia de abertura dos jogos olímpicos;

Israel: Resbolah diz que "padre voador" é um deboche à Maomé e promete novos ataques terroristas;

Correio Braziliense: Oposição diz ter provas de que os balões foram comprados com cartão corporativo;

Diário do Equador: Governo confirma que balão foi abatido pelo exército Colombiano e exige explicações:

24 abril 2008

A turba do pega-e-lincha

CONTARDO CALLIGARIS, na Folha

Querem linchar para esquecer que ontem voltaram bêbados e não sabem em quem bateram

NA ÚLTIMA sexta-feira, passei duas horas em frente à televisão. Não adiantava zapear: quase todos os canais estavam, ao vivo, diante da delegacia do Carandiru, enquanto o pai da pequena Isabella estava sendo interrogado.

O pano de fundo era uma turba de 200 ou 300 pessoas. Permaneceriam lá, noite adentro, na esperança de jogar uma pedra nos indiciados ou de gritar "assassinos" quando eles aparecessem, pedindo "justiça" e linchamento.

Mais cedo, outros sitiaram a moradia do avô de Isabella, onde estavam o pai e a madrasta da menina.

Manifestavam sua raiva a gritos e chutes, a ponto de ser necessário garantir a segurança da casa. Vindos do bairro ou de longe (horas de estrada, para alguns), interrompendo o trabalho ou o descanso, deixando a família, os amigos ou, talvez, a solidão -quem eram? Por que estavam ali? A qual necessidade interna obedeciam sua presença e a truculência de suas vozes?

Os repórteres de televisão sabem que os membros dessas estranhas turbas respondem à câmera de televisão como se fossem atores. Quando nenhum canal está transmitindo, ficam tranqüilos, descansam a voz, o corpo e a alma. Na hora em que, numa câmera, acende-se a luz da gravação, eles pegam fogo.

Há os que querem ser vistos por parentes e amigos do bar, e fazem sinais ou erguem cartazes. Mas, em sua maioria, os membros da turba se animam na hora do "ao vivo" como se fossem "extras", pagos por uma produção de cinema. Qual é o script?

Eles realizam uma cena da qual eles supõem que seja o que nós, em casa, estamos querendo ver. Parecem se sentir investidos na função de carpideiras oficiais: quando a gente olha, eles devem dar evasão às emoções (raiva, desespero, ódio) que nós, mais comedidos, nas salas e nos botecos do país, reprimiríamos comportadamente.

Pelo que sinto e pelo que ouço ao redor de mim, eles estão errados. O espetáculo que eles nos oferecem inspira um horror que rivaliza com o que é produzido pela morte de Isabella.

Resta que eles supõem nossa cumplicidade, contam com ela. Gritam seu ódio na nossa frente para que, todos juntos, constituamos um grande sujeito coletivo que eles representariam: "nós", que não matamos Isabella; "nós", que amamos e respeitamos as crianças -em suma: "nós", que somos diferentes dos assassinos; "nós", que, portanto, vamos linchar os "culpados".

Em parte, a irritação que sinto ao contemplar a turma do "pega e lincha" tem a ver com isto: eles se agitam para me levar na dança com eles, e eu não quero ir.

As turbas servem sempre para a mesma coisa. Os americanos de pequena classe média que, no Sul dos Estados Unidos, no século 19 e no começo do século 20, saíam para linchar negros procuravam só uma certeza: a de eles mesmos não serem negros, ou seja, a certeza de sua diferença social.
O mesmo vale para os alemães que saíram para saquear os comércios dos judeus na Noite de Cristal, ou para os russos ou poloneses que faziam isso pela Europa Oriental afora, cada vez que desse: queriam sobretudo afirmar sua diferença.

Regra sem exceções conhecidas: a vontade exasperada de afirmar sua diferença é própria de quem se sente ameaçado pela similaridade do outro. No caso, os membros da turba gritam sua indignação porque precisam muito proclamar que aquilo não é com eles. Querem linchar porque é o melhor jeito de esquecer que ontem sacudiram seu bebê para que parasse de chorar, até que ele ficou branco. Ou que, na outra noite, voltaram bêbados para casa e não se lembram em quem bateram e quanto.

Nos primeiros cinco dias depois do assassinato de Isabella, um adolescente morreu pela quebra de um toboágua, uma criança de quatro anos foi esmagada por um poste derrubado por um ônibus, uma menina pulou do quarto andar apavorada pelo pai bêbado, um menino de nove anos foi queimado com um ferro de marcar boi. Sem contar as crianças que morreram de dengue. Se não bastar, leia a coluna de Gilberto Dimenstein na Folha de domingo passado.

A turba do "pega e lincha" representa, sim, alguma coisa que está em todos nós, mas que não é um anseio de justiça. A própria necessidade enlouquecida de se diferenciar dos assassinos presumidos aponta essa turma como representante legítima da brutalidade com a qual, apesar de estatutos e leis, as crianças podem ser e continuam sendo vítimas dos adultos.

23 abril 2008

A Reunião da "Pobraiada" !

Os presidentes Evo Morales (Bolívia), Hugo Chávez (Venezuela) e Daniel Ortega (Nicarágua), além do vice-presidente Carlos Lage (Cuba), lançaram um fundo de 100 milhões de dólares para a compra de grãos essenciais como arroz, feijão e milho.

Um dos argumentos usados por eles para justificar a alta de preços no mundo foi, a produção de etanol norte americano. Eu concordo plenamente com essa teoria, e ainda levo uma questão em discussão. Se os países ricos abrissem seus mercados para os produtos agrícolas Sul-Americanos e Africanos e deixassem de proteger seus fazendeiros, todos iriam ganhar e digo o mesmo para o nosso etanol.
O Neoliberalismo é uma grande hipocrisia vendida (e muito bem vendida) para mundo subdesenvolvido, porque os menos favoráveis são vulneráveis a empresários externos, enquanto que o inverso não ha.

"A questão é realmente crucial para o futuro dos nossos povos, e acima de tudo para os povos dos países mais pobres", disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.

O Programa Mundial de Alimentos da ONU qualificou nesta semana a carestia global como "um tsunami silencioso" que estaria ameaçando mais de 100 milhões de pessoas nos cinco continentes.

"Temos sorte que a Alba anteviu isso," afirmou Chávez. "Alguns projetos estão em andamento, mas agora temos de acelerá-los."


Concordo com a visão de “União Sul-Americana” pregada por Chaves. Creio que agora é um momento ideal para a "Pobraiada" ficar junta e priorizar seus companheiros, e adotar a política de “um ajudar o outro” nessa crise mundial, antes que venha a "traça" e leve tudo pra "cima".

Há mais de um ano, o então presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro, alertou que o uso de alimentos
(Post muito bom de meu Professor) para a produção de etanol teria conseqüências diretas sobre os países pobres, mas me diga! Escutaram o homem?

A Novelinha da Microsoft

Fonte : Meio Bit

O mercado de TI é realmente surpreendente, e tão imprevisível quanto o mercado de ações, talvez por isso seja alvo de tantas especulações e previsões descabidas. Especulações capazes de reviver empresas “esquecidas” como o Yahoo, e torna a briga entre Google e Microsoft ainda mais acirrada.

O Yahoo, diferente do que os analistas previram, conseguiu nesse último trimestre, um lucro liquido quatro vezes maior que o trimestre passado, totalizando US$542 milhões liquido.

Segundo "Steve Monkey Developers! Ballmer Boy" (Logo fica pior que Dom Pedro), a Microsoft não vai pagar nenhum centavo a mais pelo Yahoo. A última oferta da Microsoft foi de 44,6 bilhões de dólares, hoje o Yahoo está valendo 38,16 bilhões de dólares.

Lembrando que o preço das ações do Yahoo no dia 31 de janeiro era de 19,18 dólares, após uma sucessão de quedas desde o dia 26 de outubro de 2007, e provavelmente seria muito menor no dia seguinte caso a Microsoft não tivesse oferecido US$ 42 bilhões pela empresa de Santa Clara, fazendo com que o preço das ações subisse para 28,38 dólares.

De lá pra cá, a gigante norte-americana caiu 3% enquanto o Yahoo cresceu incríveis 50%. Não sei até quando o Yahoo vai segurar as pontas, com certeza vai esperar até o último minuto para tentar obter o maior lucro possível! Isso é claro, se realmente decidir se entregar para a MS. É difícil dizer se a recusa da última proposta (com prazo até dia 26) vai fazer com que a compahia volte a despencar como antes ou se vai se estabilizar nesse preço. Afinal, não é todo dia que uma empresa peita a Microsoft desse jeito!


Quem está rindo à toa é o Google, enquanto a Microsoft fica nessa novela com o Yahoo, deus aumenta sua distância da Microsoft no ranking das 100 marcas mais valiosas do mundo, segundo a empresa britânica de consultoria Milward Brown. No último ano o índice de valor obtido pelo Google saltou 30%, de US$ 66 bilhões para US$ 86 bilhões, enquanto sua grande rival obteve 29%, de US$ 54 bilhões para US$ 70 bilhões. Claro, 1% pode parecer pouca coisa para nós, reles mortais, mais no mundo dos bilhões isso é muito dinheiro.

Claro, a empresa de Redmond pode ficar tranqüila por muito tempo. Ela ainda é a empresa de TI mais rica do mundo, com um valor de mercado de US$ 281,54 bilhões, e com certeza está de olho na traseira, pois hoje o Google já vale US$ 173,92 bilhões, e continua subindo.
O Google, uma “empresinha” qualquer fundada em 1998 que entrou no mercado de ações em meados de 2004, teve uma valorização de aproximadamente 430% (valor de hoje), com um pico de 715% de valorização ainda em dezembro de 2007.
Hoje a Microsoft vale quase 30000% mais que valia quando entrou no mercado de ações, porém o google já iniciou com um valor por ação muito alto quase: US$ 100 dólares (e a MS 0,1 dólar). No mercado conturbado de hoje em dia, onde a internet é uma das maiores fontes de renda dessas corporações ver uma empresa de que em 4 anos ficar na “cola” assim é algo preocupante. O Google tem muito chão pela frente, e poderá adentrar em vários negócios que hoje são de domínio incontestável da Microsoft, como o de sistemas operacionais, já que é tem um bom nome com a galerinha do SL/Linux.

É bom a Microsoft ficar de olhos abertos, essa negociação com o Yahoo pode ser o marco separador entre seu total sucesso, colocando um fim nas esperanças do Google com seu enorme crescimento, já que uma vez juntas (Yahoo e MS) dominariam 90% de toda publicidade em sites de buscas (nos EUA).

Felizmente estamos aqui para ver a “história acontecer”.

Fonte: Atarde, Exame, Yahoo Finance.

O "pãozim" vai subir

Nesta quarta-feira a Argentina suspendeu as exportações de trigo para o Brasil.
Isso complica a situação da indústria brasileira, que tem estoques até o fim de maio, obrigando a importar dos EUA e Canadá, visto que o produto é mais caro, e o frete também. Conseqüentemente o valor será repassado ao consumidor.
O consumo brasileiro de trigo é de 10,5 milhões de toneladas, das quais só produz 3 milhões - o restante vem da Argentina.

"Esse assunto preocupa do ponto de vista da questão inflacionário porque o trigo está presente em vários produtos da cesta básica nacional" disse, Ivan Ramalho

William Shakespeare

"\mathfrak{T}odas estas dores nos servirão ainda unicamente para doces deixar nossos colóquios, Julieta."

William Shakespeare (23 de Abril de 1564 — 23 de Abril de 1616)

O fim da insanidade em 1945

A exatamente 63 anos, acabou um dos maiores espetáculos de insanidade humana.
As principais potências aliadas eram a China, a França, a Grã-Bretanha, a União Soviética e os Estados Unidos. A Alemanha, a Itália e o Japão, por sua vez, perfaziam as forças do Eixo.
O expansionismo e totalitarismo-nazi-fascista são características fundamentais para o desdobramento dos conflitos, cujo foi o maior holocausto humano da historia.

O holocausto comandado pelas autoridades nazis, como parte da "solução final" para o "problema judeu", levaria ao genocídio de cerca de seis milhões de judeus nos campos de concentração, para além de outras pessoas consideradas indesejáveis, como membros da etnia cigana, eslavos, homossexuais, portadores de deficiência, Testemunhas de Jeová e dissidentes políticos.

Foi lançada também a comando dos EUA a bomba atômica "Little Boy", sobre a cidade de Hiroshima, contudo esta bomba não teve o efeito esperado, Truman decidiu não esperar por uma resposta do Japão, ordenando assim o lançamento de uma segunda bomba atómica, a "Fat Man" que foi lançada sobre Nagasaki.
Os engenhos nucleares causaram cerca de 300 mil mortos.

Avalia-se em 50 ou 60 milhões o número de pessoas que morreram em consequência da guerra.

22 abril 2008

É errado produzir etanol

"Eu não imaginava que teríamos tantos adversários no mundo desenvolvido quando fizemos a proposta de biodiesel. Afinal de contas, o mundo todo está de acordo que é preciso reduzir o aquecimento do planeta e reduzir a emissão do CO2".

Senhor Presidente, o que vossa excelência não imaginava é que, estão a procura de um culpado para essa "crise mundial", em que tudo é errado... produzir etanol é errado... emitir CO2 é errado e produzir a mesma quantidade de alimentos também é errado... assim fica difícil para os tupiniquins enquadrar-se nesta hipocrisia autoritária dos países ricos...

Fred Hammond - Total Praise

20 abril 2008

Stryper - Free

Stryper - To Hell With the Devil

Isso sim é adoração...
Stryper é uma banda que é resistente ao tempo.

Rachelle Ferrell Autumn Leaves 1989

Mas que agudo em ... incrivel a improvisação ...
Vale a pena assistir ...

18 abril 2008

Bill Evans Trio - Autumn Leaves

Uma de minhas principais refêrencias ...
Bill você é Eterno ...

Aline esse é pra vc apreciar ... olha que delicadesa que toca.

Obrigado

Stanley Jordan plays

Nada a dizer ....

17 abril 2008

É comédia mesmo !


Bom dia amigos e leitores.
Com muita vergonha desta política infame, quero postar aqui um assunto que merece discussão.
Estamos nos aproximando das eleições de outubro, e como já é de espera os partidos estão a procura de algumas personalidades inusitadas como, "Peroba neles", Frank Aguiar, "Clô Hernandes" para fazer o "puxa-puxa" de votos.
Um dos candidatos confirmados, é o apresentador Sérgio Mallandro-PDT:

"Minha candidatura atende a uma reivindicação dos universitários com quem mantenho contato nas festas"

E outro confirmadissimo é o Ronaldo Esper-PDT:

"Eu quero transformar São Paulo na capital da moda"

Vejamos... creio que São Paulo precise urgentemente de Transportes Inteligentes, Projetos e Investimentos maciços em Infraestrutura,Meio Ambiente , Desemprego, Segurança, Saúde e algumas outras coisinhas... mas é claro que tudo isso é relevante quando falamos de moda.

Outro Candidato que todos esperamos para resolver muitas adversidades é o pagodeiro Netinho de Paula-PCdoB, que certamente tem ótimos projetos para a cidade.

Hoje esta valendo tudo pra puxar votos, o que me admira é o critério de votação que o povo tem para com seus representantes. A política de um país é reflexo de sua nação.

O Brasileiro é comédia mesmo !

Aqui vai uma listinha de alguns bons pré-candidatos famosos que estarão participando, em outubro.

Do palco ao campo de futebol

Léo Aquilla: estudante do último ano de Jornalismo, repórter da Rede TV! e drag queen, é pré-candidato pelo PR. Defende projetos nas áreas dos direitos das mulheres e dos homossexuais

Ronaldo Ésper: estilista e apresentador da Rede TV!, é pré-candidato pelo PTB e tem como plataforma principal atuar na área da moda, criando eventos turísticos para São Paulo

Netinho de Paula: o pagodeiro já foi apresentador da TV Record e empresário de comunicação; agora, é uma das maiores apostas do PCdoB como puxador de votos

Ana Paula Oliveira: a bandeirinha fez sucesso na revista Playboy e aproveita a popularidade para mostrar suas idéias na política pelo PCdoB. Defende mais esporte nas escolas públicas

Hugo Oyama: o tenista de mesa participou das últimas quatro Olimpíadas. Foi campeão no Pan do Rio, por equipes. Filiou-se ao PCdoB em outubro do ano passado

Wladimir: o ex-jogador corintiano, filiado ao PCdoB, foi secretário de Esportes de Cotia, Carapicuíba e Diadema. Promete consolidar o esporte como política de inclusão

Maycon Jackson: a ex-artilheira da seleção brasileira de futebol, uma das precursoras da popularização do esporte entre as mulheres, filiou-se ao PCdoB no ano passado

Renata Banhara: a modelo que diz ter 24 anos há vários carnavais quer tentar seguir os passos do ex-marido, Frank Aguiar, e se filiou ao PTB no ano passado

Rafael Ilha: o ex-integrante do grupo Polegar, que sofreu com a dependência em drogas, é hoje proprietário de uma clínica de recuperação, além de pré-candidato pelo PTB

15 abril 2008

Victor Wooten - Bass solo

Victor Wooten é sem duvidas um dos melhores baixistas da atualidade.
Apreciem com moderação.

Prevenção para quem quer !

Evidentemente o arcebispo José Cardoso Sobrinho, teve uma atitude totalmente insatisfatória ao tentar intervir contra as distribuições da pílula do dia seguinte, afirmando de maneira equivocada que as pílulas, são proibidas no Brasil por serem abortivas.
A Prefeitura esta tomando as medidas preventivas com o respaldo do Ministério da Saúde distribuindo preservativos para prevenção de D.S.T e as pílulas do dia seguinte, contudo facilitando o acesso de classes menos favoráveis, que em muitas outras situações são deixadas de "escanteio".
É inaceitável a atitude do arcebispo, pois o Brasil é um estado laico, e cada pessoa é livre para tomar as suas próprias decisões, não importando a religião do individuo, ele tem o direito de optar pela prevenção, ficando claro que a ação contraria a distribuição acaba sendo de caracter religioso e pessoal.

07 abril 2008

Lord of the Harvest

Boa Noite queridos ...
Esse cara é impecavel na execução da Lord of the Harvest do Fred
Ele improvisa muito nas passagens de frases ...
o cara manda muito bem

05 abril 2008

McCoy Tyner - Giant Steps

Esse cara é o cara ... nussa meu ... destruidor de teclas .... rsrsrsrs

John Coltrane -' My Favourite Things'

Fabuloso

John Coltrane live

Classico de Jonh